Qual a estrada que estamos pavimentando para as gerações futuras?

A mudança coletiva está pautada na mudança individual e as avaliações com foco na Educação, no Trabalho e na Inovação (ODS 4, 8 e 9) devem ser otimizadas e utilizadas para moldarmos um mundo melhor para todos a partir do conhecimento em ação. Novas fontes de renda, assim como produtos e serviços inovadores começam a surgir a partir do próprio indivíduo que desperta habilidades adormecidas ou não reconhecidas pela ignorância de trabalhar há décadas para a vontade alheia.
O quanto estamos conscientes de que nos cenários incertos estão as oportunidades para empreendermos em novas direções?
O desafio está em continuarmos fazendo as mesmas perguntas e exigindo respostas rápidas e diferentes.
O cenário mudou, a partir do Covid-19, tudo se acelerou. O ano de 2020 marcou a passagem para novas possibilidades, ainda pouco nítidas. Para muitos o medo, a escassez e as dificuldades se acentuaram, para outros o universo abriu possibilidades que trouxeram felicidade e prosperidade.
O “joio se separou do trigo”. Na prática, os resultados revelaram as necessidades de mudança individual. Alguns imersos há anos em atividades rotineiras e sem perspectivas, agarrados a um estado de sobrevivência. Outros prosperando como uma fábrica de ideias.
A diferença está, naquele que assumi a autorresponsabilidade pelos resultados que quer alcançar e àquele que espera pela oportunidade que virá. E esta virá, porém será ainda mais desafiadora, pois o indivíduo não se conscientizou de que precisa formular novas perguntas para que então as novas respostas possam emergir.
Por que empreender é a “chave” para prosperarmos em cenários incertos?
Empreender significa fazer algo que nunca se fez, logo poderá obter resultados nunca alcançados.
Segundo a OIT o desemprego global deve atingir 220 milhões de pessoas neste ano de 2021. No Brasil a taxa subiu para 14,7% no primeiro trimestre do ano de 2021 alcançando 14,8 milhões de desempregados. Fonte PNAD/IBGE. Por outro lado, o empreendedorismo no Brasil foi responsável por 53,9% dos negócios com até 3 meses de vida. Fonte: SEBRAE
O mercado de trabalho pós pandemia revela a disrupção nos modelos formais e tradicionais de contratação via carteira assinada que já estavam sendo sinalizados há pelo menos uma década. A necessidade de inovarmos e desenvolvermos novos serviços e produtos está se acelerando e demandando profissionais capacitados para preencherem essa lacuna, mas a questão é:  Qual a qualificação necessária para inovarmos, para fazermos diferente?
A ausência de conhecimentos ou o acreditar que é difícil mantém uma grande parcela da população mundial reféns da sua própria ignorância ocupando cargos ou atividades que não trazem satisfação, e nem tão pouco crescimento econômico.
Empreender exige autoconhecimento e atitude. Exige sair da “zona de conforto”, mergulhando no campo das incertezas. Afinal, se queremos resultados diferentes precisamos promover ações diferentes.
O autoconhecimento promove o despertar das habilidades adormecidas ou não reconhecidas pelo ser humano produzindo efeitos terapêuticos, reconectando o ser a sua própria vontade de produzir, liberando-o da ignorância da vontade alheia.
Inovar é se reinventar a partir dos próprios conhecimentos e habilidades.
Algumas pesquisas citam o empreendedorismo como um trabalho por necessidade desviando assim, indivíduos de descobrirem seus talentos únicos e expressá-los a serviço da humanidade. Por outro lado, dados revelam que 24% dos jovens das classes A, B e C com até 30 anos já estão empreendendo no Brasil e que 60% querem empreender motivados por independência financeira (67%), autonomia (39%), flexibilidade de tempo (33%) e porque têm a intenção de oferecer produtos e serviços inovadores (31%). Fonte: Globo
O empreendedorismo já está mudando a realidade, trazendo à tona modelos de negócios mais colaborativos e menos competitivos, tornando o ser humano economicamente autossuficiente e consequentemente feliz e produtivo.
Quando trabalhamos no que gostamos entramos automaticamente no campo das “incertezas”, ou seja, estamos abertos a novas sugestões e insights.
Estas revelações somente acontecem quando entramos num estado chamado de “flow”. “Mihaly Csikszentmihalyi, autor de best-sellers sobre psicologia da experiência ótima e da criatividade, descreveu a partir de diversos estudos o que as atividades de flow, tinham em comum: proporcionavam um sentimento de descoberta, uma sensação criativa de ser transportado a uma nova realidade, níveis mais elevados de desempenho e a estados de consciência nunca sonhados”.
Em breve poderemos vislumbrar um “novo” paradigma global onde o “personagem” do empreendedor terá um papel relevante na cocriação de uma realidade mais justa e equalitária a partir do desenvolvimento de produtos e serviços que visam o bem comum.
O chamado impossível começa a ser visto como possível. A exemplo da descoberta da vacina para o Covid-19 que para muitos parecia distante, tornou-se realidade num tempo razoavelmente curto, e que poderá se estreitar ainda mais com a chegada da computação quântica.
O perfil do empreendedorismo autoconsciente, ou seja, aquele que busca soluções que beneficiem ao maior número de pessoas, torna-se a “chave” para a prosperidade e a paz, alicerces estes fundamentais para o desenvolvimento sustentável delineado pela Agenda 2030 e seus ODS.
Os ODS e suas metas refletem que temos pouco tempo para fazermos muito se realmente quisermos usufruir de um mundo mais saudável e igualitário na próxima década.
As invenções nascem quando saímos do espaço do conformismo, deixando de receber educação daqueles que muitas vezes não promovem mudanças na própria vida e atuam como multiplicadores da ausência de consciência, direcionando o indivíduo para atividades que num futuro próximo serão substituídas por máquinas.
Aprendermos a pensar tornou-se a prioridade. Não pensar, significa não fazer ou continuar na roda eterna da ausência de resultados, negando a si mesmo a prosperidade e assim a vida.
O pensamento linear que leva a proliferação de metodologias de trabalho rotineiras e que expressam apenas o intelecto e a lógica, facilmente estão sendo descobertas, absorvidas e lidas pelas máquinas, que poderão e deverão executá-los de uma maneira muito mais precisa e produtiva.
Agora pensar, sentir e cocriar projetos que possam de fato colaborar para o bem comum, exigirá um indivíduo empreendedor, criativo, que sabe utilizar suas faculdades mentais superiores e que está além de rotinas desgastadas e impostas por instituições que tem como objetivo principal o lucro e o benefício de seus próprios dirigentes.
O alcance de metas globais cada vez mais dependerá de resultados individuais.