Qual a visão do resultado do projeto que quero realizar? Esta é a chave para cocriamos qualquer projeto. A imaginação é criadora.
Se não soubermos responder essa pergunta, algo precisa ser modificado. Provavelmente estamos na repetição, na procrastinação ou já desistimos dos projetos que queremos de fato realizar.
É necessário observarmos o resultado e não o como, com quem, quais recursos e demais perguntas que são feitas de forma intermitente e que comprometem todo o processo natural da cocriação.
A visualização do resultado esperado antecede todo o processo. De maneira geral a grande maioria das pessoas não consegue definir o resultado almejado, pois nosso cérebro foi moldado para focar nos meios de alcançá-lo.
Aí começam a atuar os tais sabotadores.
Uma das formas de moldar o cérebro e que muitas vezes não percebemos está na aplicação, quase que diária, dependendo da área de atuação do profissional, de metodologias, técnicas e padrões voltados para a gestão dos projetos.
A forte concentração e foco nos meios para alcançarmos os resultados de projetos, ou seja, nos métodos, nos desvia dos resultados. Como assim?
Quando sei exatamente aonde quero chegar, o caminho começará a se desdobrar. O que significa isso? Significa que primeiro preciso saber para onde estou indo. As atividades poderão mudar ao longo do caminho, mas o resultado não.
Este foco deve ser mantido até que se alcance o resultado almejado.
Avaliei resultados de diversos projetos e programas, com milhares de recursos financeiros envolvidos, com desempenhos extremamente negativos. As evidências comprovaram que em 80% deles, os envolvidos desconheciam os resultados esperados e trabalhavam se esforçando para produzirem resultados. Não é incrível? As ações realizadas os conduziam para outros caminhos e eles não percebiam o que estava acontecendo.
Por quê? Porque o cérebro estava programado para a tentativa e erro e não para pensar, para elaborar, para criar.
Agora imagine se os membros da equipe desconheciam o motivo pelo qual o projeto estava sendo realizado. Pergunto: Qual o nível de consciência dos membros da equipe em relação ao próprio papel naquele projeto? O que estavam fazendo ali?
Então, inevitavelmente os sabotadores, irão aparecer, juntamente com as dificuldades, como um reflexo. Revisar prazos e custos, são as mais comuns. Horas e horas desperdiçadas na tentativa de se chegar no resultado esperado. Acompanhado deste sabotador, logo aparecerá o procrastinador. Aquele que adia, porque julga que é arriscado, ainda falta algum conhecimento, a 11ª certificação ainda precisa ser concluída, pois ele “julga” que aí está a chave para alcançar o resultado esperado.
E na sequência, virá o sabotador que irá validar os anteriores, a desistência. De fato, está muito difícil, então nos resta abandonarmos o projeto.
Qual a solução?
A solução está na conscientização das crenças, dos paradigmas. Não significa lutarmos contra eles, pois isso somente irá reforçá-los, mas é necessário reconhecê-los.
Como reconhecê-los? Observando atentamente seus resultados. Sendo sincero consigo mesmo. Se seus resultados hoje estão aquém do que você espera, existem crenças limitadoras a serem trabalhadas.
Veja, esta experiência mudou a minha percepção em relação ao meu trabalho.
No meu caso, eu ficava intrigada, porque eu chegava no resultado, mas não seguia determinada metodologia. Eu estava “fora da caixa”, mas não tinha consciência disso, e tentava de toda forma “encaixar” o projeto na “caixa”, para atender às exigências das metodologias de mercado.
Não é um absurdo? Isso gerava desânimo, desgaste emocional e energético. Óbvio, eu estava lutando contra a minha própria natureza.
Testei “n” metodologias, mas com o foco concentrado no resultado almejado, o passo a passo acabava se apresentando sem que eu tivesse que me esforçar construindo ou seguindo metodologias de mercado, no final criava meus próprios métodos.
Por quê? O cérebro foi feito para pensar e não somente para reproduzir ações automáticas. Então quando não estamos no controle do nosso pensamento, da nossa mente, estamos à deriva e todo tipo de circunstâncias externas estarão nos guiando de forma inconsciente.
Então quando um profissional que possui todas os pré-requisitos, ou melhor, todas os diplomas e certificações solicitados não produzir os resultados esperados a empresa automaticamente irá buscar outro no mercado. E este é o sistema vigente.
Então o conhecimento precisa ser transformado em experiência, em ação prática, para que de fato promova transformações na vida da pessoa e dos demais.