No meu ponto de vista o perfeccionismo é um tipo de doença da mente, aquela mente que busca não o aperfeiçoamento do seu “ser”, mas a perfeição do que faz a partir do seu Ego.
É aquele “Ser” inseguro que ajusta, arruma, ajeita com o objetivo da perfeição, mas como ela não existe, pois não passa de uma ilusão da mente, promove frustação, desgaste e críticas, os efeitos que andam de mãos dadas com quem tem essa suposta “qualidade” para alguns.
O perfeccionismo não ajuda nem na carreira, nem na própria vida. Na carreira interfere na qualidade e no ritmo natural do andamento das atividades de outras pessoas que estejam interligadas a atividades desempenhadas por esse perfil, pois “nunca” está feito, sempre precisa rever e verificar, além do julgamento e críticas excessivas a si mesmo e consequentemente aos outros.
Já na vida diária, esse tipo de comportamento compromete as relações pois impede o desfrutar da vida que independe do suposto bonito, feio ou “perfeito”, mas de viver intensamente o momento presente de forma enriquecedora, sem julgamentos e críticas “fabricadas” por essa mente, que no final das contas não faz parte da essência do ser humano.
Acredito que para fazer uma distinção entre almejar a perfeição e quando “bom o suficiente” é uma meta aceitável, está justamente na percepção de si mesmo.
O primeiro busca a tal “validação” externa, que acaba por levar ao esgotamento de suas próprias energias, já o segundo tem consciência de onde está, entregando o que tem no momento.
Entregar um trabalho de “valor” para sua equipe, seu chefe, seus clientes nada tem a ver com perfeição, mas com o reconhecimento do próprio valor, a partir do amor-próprio e consequentemente do desenvolvimento e aperfeiçoamento de capacidades e habilidades.
A pressão das organizações por resultados “positivos” e “perfeitos” leva muitos profissionais a desenvolverem inconscientemente essa tentativa de querer controlar o resultado, buscando o perfeccionismo por meio do “tal” pensamento “mágico” aquele de que não preciso me esforçar para alcançá-lo, mas para alcançá-lo “obrigatoriamente” teremos que passar por errar, e errar novamente para que possamos reconhecer internamente o nosso próprio processo de aprendizagem, utilizando os erros como catalizadores para os acertos.
O perfeccionista transita entre a ansiedade de chegar no resultado “perfeito” e o medo de errar e isso contraria o processo de desenvolvimento humano.
Que tal começarmos sendo bons para nós mesmos? Assim conseguiremos reconhecer que possuímos ao mesmo tempo recursos e limitações e que ambos dão forma a nossa vida