Será que estamos praticando a gratidão ou estamos fazendo algum tipo de “contrato”, de “barganha”?.

Quando experenciamos a gratidão, todo tipo de recompensa ou reconhecimento deixa de ter importância. Quem vive esse sentimento, com certeza já transcendeu a busca incansável por histórias contadas pelos outros para validar o nosso ego como super-heróis de soluções ilusórias. Àquelas onde nos colocamos como o “salvador da pátria” do outro.
Aprender uns com os outros será sempre a grande aventura, que não acaba e que a cada episódio pode e deve ser mais divertida e ousada pela própria autenticidade de cada ser, mas a pergunta que fica é. Como ser autêntico?
Com a facilidade de acesso a toda e qualquer informação e conhecimentos disponíveis por meio da internet e das histórias contadas nas redes sociais que crescem em diversidade de possibilidades. A sua história acaba parecendo aos “olhos” dos outros, apenas mais um conto a ser contado de uma forma um pouco diferente.
E este “conto” pode ser contado de diversas formas, palestras, livros, cursos, o que não é prejudicial até certo ponto para a nossa evolução. A questão é quando as histórias se transformam em oportunidades de “negócios” que começam a “moldar” uma nova realidade onde “ingredientes” como a gratidão e o amor ao próximo, passam a fazer parte dos “contratos” e então o “toma lá, dá cá” prejudica o avanço do ser humano como consciência coletiva.
Será essa uma nova forma de escravidão ou a dificuldade de aceitação do ser humano que continua a “delegar” o seu poder? A velha história de esperarmos a chegada de algum líder.
Afinal, quando algo de bom nos acontece, isto é a contrapartida em si, não sendo necessário solicitar ou “barganhar” algo mais. A questão é que o ser humano passa boa parte da vida utilizando as situações como prova social dos seus “milagres” diante da vida do outro e acreditando que assim está multiplicando os feitos, do mundo visível naturalmente.
Então quando não se tem “provas” suficientes para o mundo externo, o sujeito não é considerado uma autoridade no que faz e então ele cai no “abismo” das promessas vazias, que o levam a trocar “coisas”, como por exemplo, um celular novo ou até roupas usadas e supostamente impregnadas com o “ato heroico” em troca de depoimentos, likes e outros atributos que vivemos diante da realidade digital.
Assim se estabelece a conexão neuro associativa, levando pessoas a seguirem sem saber muito o porquê os chamados “ídolos”.
Vale relembrarmos de uma frase de um ídolo de muitos que realizou seu propósito, mas dizia não ter ídolos.

“Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e competência”. Ayrton Senna. Piloto brasileiro de Fórmula 1.

E no universo corporativo, como estamos atuando? Com medo de expressarmos novas ideias ou vestindo “camisas desgastadas” por padrões que visam apenas o lucro do negócio do outro. Se você não tem uma estratégia, fará parte da estratégia de alguém.
Em 2018, um estudo realizado pela Page Personnel apontava que 90% dos colaboradores eram contratados pelo perfil meramente técnico e demitidos pelo comportamento, que dentre diversas disfunções apontava a dificuldade de ser autêntico, além de estresse e somatização pela repetição de comportamentos que impediam a manifestação de novas ideias.
Como um profissional poderá ser autêntico, se não é grato pela vida, pelo cargo que ocupa, pelas pessoas que estão sob sua orientação? Gratidão e amor-próprio, são atributos essenciais para o desenvolvimento de líderes de alto desempenho que cocriam projetos que beneficiam a todos os stakeholders internos ou externos às organizações.
Comece agora. Na prática da gratidão não é necessário se esforçar, nem tão pouco negociar. A gratidão é uma vibração mental que sintoniza fatos e pessoas alinhadas a um ou mais objetivos comuns.